A instalação de usinas hidrelétricas, como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), não consiste em um processo simples, pelo contrário, mostra-se bastante complexo, tanto no contexto estrutural, quanto na gestão dos impactos ambientais. Nesse último quesito, antes do início da construção de qualquer empreendimento, o projeto tramita anos pelo órgão ambiental até conquistar sua Licença Prévia (LP) e de Instalação (LI), após atender todos os requisitos do órgão regulador. Vencidos estes primeiros estágios as cobranças ambientais não cessam, pelo contrário, se ampliam, considerando que a usina deve gerar o menor impacto possível.

É o caso, por exemplo, do que está acontecendo na Pequena Central Hidrelétrica Linha Onze Oeste, empreendimento do Grupo Ceriluz em construção no leito do Rio Ijuí, no município de Coronel Barros, projetada para gerar a capacidade de 23,6 MW de potência. As obras dessa usina se iniciaram na terceira semana do mês de maio, seguindo todas as diretrizes da LI n° 88/2022, cedida no mês anterior pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM.

2022 gesto ambiental 3No transcorrer das obras civis serão realizados diversos monitoramentos e ações de conservação ambiental na área do empreendimento. São 29 programas ambientais previstos na licença, incluindo ações de monitoramento da qualidade da água, de resgate e monitoramento da fauna aquática e terrestre, de implantação de corredores ecológicos, de recuperação vegetal e implantação de Áreas de Preservação Permanentes (APPs), de enriquecimento ecológico e de preservação do patrimônio histórico, cultural e paisagístico, entre outros. Previamente ao início das obras, especialistas da área ambiental já realizaram vistorias nas áreas do empreendimento, promovendo o resgate da flora e da fauna, monitoramento da qualidade da água e da ictiofauna (peixes), entre outras ações de caráter ambiental e social. “Os programas ambientais desenvolvidos são realizados periodicamente e tem como intuito avaliar a progressão das variáveis ambientais à longo prazo, com objetivo de identificar e minimizar possíveis alterações ambientais que possam estar ocorrendo”, explica o biólogo e consultor ambiental, Osvaldo Onghero Junior, da empresa Desenvolver Engenharia e Meio Ambiente, responsável pelos programas ambientais nessa e em outras usinas da Cooperativa.

Rigor na fiscalização, mesmo depois da Operação

Esses cuidados ambientais não se limitam a tramitação dos projetos nos órgãos ambientais e no período da construção, mas seguem mesmo após a usina construída e em operação. Como exemplo, apresentamos a PCH RS-155, construída no leito do rio Ijuí. Apesar de ser um projeto consolidado, em operação desde agosto de 2012, periodicamente são enviados relatórios aos agentes reguladores responsáveis, especialmente à FEPAM, como também explica o biólogo Osvaldo. “Um empreendimento desses é estudado anteriormente com relação a sua viabilidade, para obtenção da licença, durante a obra é feito um acompanhamento ambiental de mitigação dos impactos ambientais e, posteriormente à sua implantação, é feito uma rigorosa fiscalização, com relatórios anuais encaminhados à FEPAM, apresentando resultados de vários programas ambientais desenvolvidos”, esclarece. Estes relatórios incluem a sequência dos programas de recuperação das áreas de APPs, monitoramento da flora e fauna e da qualidade da água, para citar apenas alguns.

2022 gesto ambiental 3 Outra ação importante desempenhada nas usinas é a Educação Ambiental, onde visitas orientadas são realizadas esclarecendo todos esses detalhes que envolvem um empreendimento de geração de energia. Situação registrada, por exemplo, no dia 28 de maio, quando a PCH RS-155 serviu de laboratório para um grupo de estudantes do curso de pós-graduação em Licenciamento Ambiental da Unijuí. Alunos, muitos deles já profissionais da área, buscaram na PCH RS-155, referências para a realização de seu trabalho. E eles atestaram a preocupação da Cooperativa com os fatores ambientais. “Sob o ponto de vista do consultor ambiental, eu vejo um empreendimento fantástico, a partir das alternativas de sustentabilidade que o próprio modelo de PCH proporciona, um sistema de geração de energia por gravidade, desviando a água por um canal, com a necessidade mínima de alagamento”, avaliou Rogério Coradini Oliveira, biólogo, consultor ambiental e presidente da Associação Comercial e Industral (ACI) de Cruz Alta. Na coordenação do grupo esteve a engenheira química e professora Joice Oliveira, que destacou a oportunidade dos alunos perceberem que é possível equilibrar investimentos de qualquer porte aos cuidados ambientais. “Embora todos esses estudantes já sejam graduados e operem na área de consultoria ou mesmo em órgãos ambientais municipais, para eles é muito importante ver na prática uma licença sendo cumprida, todos os programas sendo desenvolvidos e perceberem que isso contribui com a preservação ambiental, entendendo que a gente pode sim ter empreendimentos do porte de uma PCH, totalmente sustentáveis e que cumprem de forma exímia as questões da Licença Ambiental”, testemunhou Joice.

2022 gesto ambiental 2Osvaldo Onghero Junior salienta que visitas como essas são importantes para desmistificar a impressão que muitos têm de que usinas comprometem o meio ambiente nos locais onde são construídas. “A PCH RS-155 é uma usina que desmistificou tudo isso hoje, aqui na visita. Os estudantes viram que o lago é pequeno, as APPs estão conservadas, estão melhorando a interconectividade ecológica, mostrando que os empreendimentos hidrelétricos são sustentáveis e viáveis, muito bem vindos economicamente, mostrando que com equilíbrio ambiental tudo se pode realizar”.

As demais usinas da Ceriluz, como as PCHs José Barasuol e Ijuí Centenária, e as CGHs, também seguem as rigorosas diretrizes determinados pelos órgãos fiscalizadores, sob risco de, pelo descumprimento de qualquer um deles, perderem a outorga de geração. Por todos esses cuidados e pelo rigor da legislação vigente sobre o setor, que as usinas hidrelétricas, especialmente de pequeno porte, estão enquadradas entre fontes de energia limpas e renováveis. Elas são fundamentais para nossa realidade, fortalecendo o sistema de distribuição de energia regional, uma vez que os consumidores ampliam a cada ano seu consumo, não abrindo mão da qualidade de vida, do conforto e do valor agregado ao seu trabalho que a energia lhes possibilita.

 

Saiba mais sobre esse assunto no Informativo Ceriluz dessa semana, que inclui uma entrevista completa com o Biólogo Osvaldo Onghero Junior. Ouça AQUI.

 

A Ceriluz participou na manhã desta sexta-feira, 27 de maio, representada pela empresa Linha Onze Oeste Energia Ltda., de Leilão Virtual de Venda de Energia A-4, operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com coordenação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Cooperativa foi contemplada com a venda de 5,9 Megawats (MW), ao valor de R$268,45 o MWh, o que corresponde a R$277 milhões em comercialização em período de 20 anos, viabilizando o empreendimento cujo investimento está estimado em R$160 milhões. Este leilão define a entrega de energia a partir de janeiro de 2026.

Conforme o presidente da Ceriluz Geração, Iloir de Pauli, a venda antecipada dessa energia é importante para o andamento do projeto, pois já dá garantias para o financiamento da obra, que está em fase inicial, no município de Coronel Barros. “Isso nos traz tranquilidade, pois vamos iniciar a obra sabendo que todo o investimento que fizermos dará retorno à cooperativa e seus associados. Isso dá garantias aos agentes financeiros parceiros, para nós, gestores, e para nossos associados”, afirmou, após a divulgação do resultado. Além deste leilão, em 08 de julho de 2021, a PCH Linha Onze – que recebeu Licença de Instalação (LI) no dia 30 de abril deste ano – já havia sido contemplada em leilão de mesmo formato, definindo a comercialização de 2,6 MW, para entrega a partir de janeiro de 2025, ao preço de R$ 228,00 o MWh, agregando R$ 155 milhões à sua receita em período de 30 anos.

Estas vendas correspondem a comercialização de 70% da atual garantia física da PCH Linha Onze, cuja Potência Instalada será de 23,6 MW, o que dá margens para aumentar ainda mais essa receita final, com a comercialização de mais 3 MW, aproximadamente.

O Projeto Água Viva, desenvolvido pela Ceriluz, retoma suas atividades de plantio de mudas nativas em Áreas de Preservação Permanentes (APPs), próximas a nascentes e cursos d’água. O trabalho que iniciou em 2021 entra em seu segundo ano com o objetivo de plantar 1,3 mil mudas nativas, atingindo assim a meta estabelecida, de 8 mil árvores, num período de quatro anos. As primeiras 6,7 mil mudas foram plantadas no ano passado, em sete áreas, sendo uma delas própria, e outras cinco cedidas voluntariamente por associados da Cooperativa.

Além do plantio das mudas restantes, a Cooperativa também está avaliando as árvores plantadas no ano passado e que não vingaram, considerando os baixos índices pluviométricos. Conforme Romeu Ângelo de Jesus, coordenador do projeto, estima-se uma perda entre 20 a 25%. “Foi um ano muito desafiador para o plantio de mudas, com grandes restrições em umidade no solo, o que ocasionou algumas perdas”, afirma Romeu. Paralelamente a essa avaliação está sendo feita a manutenção das mudas que vingaram, incluindo limpeza, controle de pragas e adubação.

O coordenador do projeto, Romeu de Jesus, destaca ainda que, como a meta de plantio deve ser batida já nesse ano, há a possibilidade de ampliar o número de mudas a serem implantadas. “A Cooperativa sabe da necessidade da preservação das nascentes e cursos d’água, pela sua importância para a saúde e seus diversos usos, para animais, irrigação, para produção de alimentos e também para nossa atividade principal, a geração de energia. Assim, continuamos abertos para futuras adesões de associados que dispõe em suas propriedades de nascentes e cursos d’água e queiram fazer parceria com a cooperativa para sua proteção”.

O projeto contempla também, em parceria com a Unijuí, a coleta e análise de águas superficiais de nascentes em APPs, e um trabalho de educação ambiental junto aos estudantes da Escola Giovana Margarita, do Distrito de Floresta, em Ijuí, através do curso de mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, da engenheira química Marcia Sostmeyer Jung.  O Projeto Água Viva atende a Licença Única 341/2019, emitida pela FEPAM/RS, que solicita reposição florestal para compensar o impacto gerado pelo manejo de espécies nativas na chamada Faixa de Segurança das redes de distribuição de Energia da Cooperativa.

Mais detalhes no Informativo Ceriluz Além da Energia dessa semana, incluindo uma entrevista com o coordenador do projeto, Romeu Ângelo de Jesus.

O dia 30 de abril de 2022 será mais uma daquelas datas marcantes dentro da história de 55 anos da Ceriluz. Isso porque, foi quando a Cooperativa recebeu a Licença de Instalação (LI) da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Linha 11 Oeste, esta que será a maior usina do Cooperativismo brasileiro, desbancando do seu posto, a também usina da Ceriluz, PCH José Barasuol. E pelo seu porte, mas principalmente pela sua importância estratégica para a região, a LI foi entregue pessoalmente pelo governador do Estado do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, e pela secretária de meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, durante a cerimônia de interiorização do gabinete do governador, durante a 23º Fenasoja, em Santa Rosa. A LI 088/2022 foi entregue ao presidente da Ceriluz Geração, Iloir de Pauli, e ao prefeito de Coronel Barros, Edson Arnt. Representando a Ceriluz estavam ainda presentes no evento o presidente da Ceriluz Distribuição, Guilherme Schmidt de Pauli, o vice-presidente, Valmir Elton Seifert, o diretor secretário, Sandro Lorenzoni e os engenheiros civil e eletricista, Daniel Bitencorte e João Fernando Costa. Também esteve presente o deputado estadual Aloísio Classmann, que desempenhou apoio importante durante a tramitação do projeto junto ao órgão ambiental, e a equipe da empresa Geomac, responsável pelos estudos ambientais.

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A Ceriluz promoveu na manhã desta quinta-feira, 28 de abril, visita orientada na Pequena Central Hidrelétrica Ijuí Centenária, no município de Ijuí. Foram recepcionados no local 16 alunos do 8º ano da Escola Municipal Fundamental Tomé de Souza, acompanhados pelos professores, iniciando as atividades pela área da barragem, posteriormente passando para a Casa de Máquinas. Foi a primeira visita do ano e também representou uma retomada das atividades de educação ambiental junto às usinas, após praticamente dois anos sem atividades presenciais com escolas e universidades, considerando a vigência das restrições impostas pela Pandemia do Coronavírus, período em que as instituições de ensino, que representam o principal público das visitas, mantiveram-se fechadas e realizando suas atividades à distância.

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